terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A sociedade portuguesa: Um Retrato: quatro décadas de integração


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Começamos por publicar o primeiro de uma série de dez artigos que funcionam como síntese de um maravilhoso artigo de António Barreto intitulado A Sociedade Portuguesa - Um retrato.


1 - A sociedade portuguesa: Um Retrato: quatro décadas de integração


As últimas quatro décadas da nossa história foram essencialmente de integração: do território e das suas populações. Deu-se a integração das mulheres na população activa, das comunidades locais no comércio e na economia; da população nos serviços de saúde, de educação e de segurança social.


Da banca e dos correios e da electricidade e dos telefones. Foram décadas de urbanização rápida, da abertura de estradas que aproximaram localidades e da criação de uma rede de distribuição de bens que aproximaram todas as regiões e localidades.


Nestas décadas diminuiu drasticamente o número de camponeses e diminuiu a agricultura de subsistência, assim como o artesanato. A partir desta altura a agricultura portuguesa passou a fornecer apenas um quinto das necessidades alimentares do pa
ís.


Portugal é um velho país, uma nação antiga, um velho Estado, possuidor de uma só língua, uma só etnia, uma só cultura e religião, fenómeno raro na Europa, a sociedade portuguesa até aos anos cinquenta estava ainda dispersa e relativamente pouco integrada do ponto de vista institucional e económico. Poucas instituições asseguravam a cobertura nacional do tecido social e, entre as que o faziam, contava-se a Igreja e as Forças Armadas.
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A maior parte da população estava afastada de bens como a escola ou o sistema policial. Nestas décadas deu-se o aumento da densidade institucional por todo o país. Além dos Correios, apareceram por todo o território agências bancárias, serviços mínimos de saúde, repartições fiscais e de finanças, escolas primárias, organismos dos serviços públicos de água, electricidade, telefones e transportes.


Também o surgimento da televisão foi um marco importante nesta integração nacional. Na verdade, a televisão chegou a muitas localidades antes ou em vez da escola, funcionando assim como um poderoso factor de integração das populações no seu território.


Passámos de um país fechado em si mesmo, com locais pouco integrados no território nacional e privados do acesso á saúde, educação e outros serviços, para um país que em pouco tempo evoluiu, se modernizou e passou a ter acesso, na generalidade dos locais, a todos estes serviços.



Síntese do trabalho A Sociedade Portuguesa: Um Retrato – António Barreto – Associação Portuguesa de Seguradores, Museu do Oriente, Lisboa, 8 de Outubro de 2008

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