sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A sociedade portuguesa: um retrato- Breve história de um país II


A sociedade portuguesa : um retrato- Breve história de um país II

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Se em 1960 tínhamos a mais jovem população da Europa, daí em diante tornamo-nos no país com mais rápido envelhecimento e, talvez a prazo, não nos tornaremos no país com a população mais envelhecida. Um país que possuía numerosas famílias, alargadas a várias gerações e com elevado número de crianças, é hoje um país com famílias mais pequenas, nucleares – pais e filhos –, sendo que o número destes é agora reduzido, entre um e dois. Por outro lado, uma sociedade essencialmente patriarcal e masculina tem dado origem, de um modo acelerado, a uma sociedade com elevados padrões de igualdade de sexos.


Sendo uma sociedade de emigração permanente, passamos a ser uma sociedade de imigrantes. Embora continuemos a ter um número de emigrantes considerável, esta taxa é incomparável ás taxas observadas, por exemplo, no século XX. Observamos agora à chegada de um fluxo muito grande de imigrantes, facto que no período dos 30 anos seguintes à segunda guerra mundial, era inexistente detectar na metrópole ou em qualquer outro ponto do país qualquer diversidade étnica. Depois de terminada a descolonização e com maior incidência na década de noventa, um grande número de africanos, americanos, asiáticos e trabalhadores europeus da zona leste imigraram para Portugal.




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Outro facto importante era a economia proteccionista que praticávamos ter dado lugar a uma economia direccionada para o mercado livre, aberto à Europa e virado para a iniciativa privada. É verdade que ainda se faz sentir muito a influência do Estado, à qual se acrescentou a do dirigismo da União Europeia e que o proteccionismo mantém alguns dos seus dispositivos, mas estes são cada vez menos nacionais e mais europeus.


Na questão das solidariedades sociais, antes da década de setenta esta era deixada aos indivíduos, às famílias, às igrejas e a outras formas locais de ajuda e assistência. A partir da década de setenta deu lugar a uma outra solidariedade em que os cuidados do Estado de providência são universais, tanto na assistência aos mais pobres, doentes ou idosos, como na organização de grandes serviços públicos como a educação e a saúde. Em trinta anos, a cobertura universal dos cidadãos foi garantida. A assistência ao parto, a vacinação, a escolarização e a integração administrativa, entre outras, passou a estar acessível para todos. O número de pensionistas e reforçados aumentou, em trinta anos, de 120. 000 para mais de 2 milhões e meio.


Durante este percurso alguns passos históricos devem ser referidos. O país esteve em guerra de 1960 a 1974, em três frentes, tendo atingido gastos com a guerra na ordem dos 40% a 50% do total da despesa pública. Outros países, mais poderosos (França, Grã - Bretanha, Bélgica, Espanha, Holanda, etc.) também fizeram experiências de guerra colonial, mas rapidamente perceberam que o esforço seria inútil. Portugal iniciava as suas guerras de preservação colonial quando quase todas as potências coloniais liquidavam os seus impérios.


Durante este período a emigração atingiu um dos seus maiores picos, com perto de 1, 5 milhões de portugueses a emigrarem para a Europa e para as Américas. O Brasil deixou de ser o destino de eleição e a Europa passou a receber também uma grande parte dos emigrantes portugueses, dando assim início a uma verdadeira revolução histórica: a Europa começou a substituir o apelo ultramarino, foi aí que começou a verdadeira integração europeia.

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