terça-feira, 22 de setembro de 2009

Causas e características da emigração portuguesa


2- Causas e características da emigração

Várias são as causas que , ao longo do tempo, têm levado as pessoas a emigrar. Principalmente as más condições de vida no país de origem, têm sido a principal causa. Contudo, importa assinalar que também algumas circunstâncias de natureza política têm determinado a necessidade de emigrar como por exemplo, devido a perseguições de natureza política, à falta de liberdade expressão, à guerra nas antigas colónias e às práticas sociais dominantes que levaram à fuga de muitos jovens, antes ou durante o cumprimento do serviço militar.


O grande fluxo de emigração para a Europa , conhecido entre nós no decurso dos anos sessenta e setenta, contribuiu para enfraquecer o movimento transoceânico e acompanhou a tendência global da emigração intra-europeia registada igualmente noutros países europeus durante a segunda metade do século XX. A importância destas saídas foi bastante acentuada nas regiões densamente povoadas do norte e do centro do país, assim como nas Ilhas Atlânticas dos Açores e da Madeira.


Da mesma forma, este fenómeno afectou as regiões do Minho, de Trás-os-Montes e da Beira - Alta, de onde partiram os maiores contingentes de emigrantes não só em direcção ao Brasil mas também, já durante a segunda metade do século XX, para os países industrializados da Europa Ocidental: França, Alemanha; Luxemburgo e mais recentemente para a Suíça. Segundo registos oficiais efectuaram-se cerca de um milhão de saídas no período compreendido entre meados dos anos cinquenta e os finais dos anos oitenta do século passado.

A dimensão do fenómeno da emigração confirma tratar-se de uma constante estrutural da sociedade portuguesa associado à falta de condições de subsistência relacionadas com as más condições de vida da população, com a estrutura fundiária e com as pressões demográficas decorrentes do declínio das antigas civilizações agrárias da Europa mediterrânica.



Estes fluxos de emigração tiveram várias consequências a nível nacional. Entre elas, o processo de crescimento urbano e industrial, sobretudo na faixa centro e norte litoral do território e o aumento dos movimentos da população com destino aos principais centros urbanos agravando, desta forma, o processo de desertificação do interior que se tem vindo a acentuar no decurso das últimas décadas .

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